1º da série "Por dentro das notícias"
“Artigo sobre a morte de Juscelino, em 1976.doc”
Sr. Sergio de Souza Leite
(e-mail: pactualpcr@uol.com.br):
Li o artigo assinado por Chico
Otavio, publicado na página 13 do dia 5 de janeiro do corrente ano, onde V.Sª.
contesta a conclusão a que chegou a chamada Comissão Nacional da Verdade, da
Câmara dos Vereadores de São Paulo, a respeito do acidente ocorrido na Via
Dutra em agosto de 1976, no qual
morreram Sua Exa., o ex -Presidente da República, Dr. Juscelino Kubitschek de
Oliveira e o seu motorista, Geraldo Ribeiro.
Ocorrência que tem sido alvo de
muitíssima controvérsia, embora as provas colhidas no seu magnífico trabalho de
perícia tenham posto um ponto final na questão, trabalho exaustivo e de evidente
conclusão, de que tudo não passou de um infeliz desastre, a nosso ver como
centenas e centenas de outros havidos nessa via expressa, de alta velocidade.
Abordo este assunto, porque,
durante muitos e muitos anos, pude observar que o chamado “opalinha”, cujo
exemplar foi alvo desse acontecimento, a meu ver, pertencia a uma série de
carros que constantemente eram alvos de problema na suspensão dianteira e era
comum ver-se um opala quebrado na via pública, com a suspensão dianteira, ora
da direita, ora da esquerda, solta, algumas vezes ocasionando grandes
desastres, como um ocorrido com uma família amiga, nos idos de 1960, em que o
veículo mergulhou nas águas do rio Guandu, na Via Dutra, fazendo desaparecer nas
águas turbulentas um casal de nossas relações. Outro desastre com uma conhecida
personalidade pública, ocorrido poucos anos depois, em que o opala, descendo a
serra de Petrópolis, em direção ao Rio de Janeiro, derrapou e foi parar numa
ribanceira, com a felicidade de menores consequências para o cidadão e o seu
motorista.
Por uma série de motivos dessa
natureza, quando houve o desastre com o Dr. Juscelino, embora eu não tenha
acompanhado de perto o resultado da perícia levada a efeito por V.Sª, nunca
tive dúvida de que se tratava de um simples e infeliz desastre, possivelmente
agravado pelo problema que esse tipo de carro apresentava, da suspensão
dianteira fraca. Só parei de ver esse tipo de desastre com a crescente
introdução de novos veículos, substituindo aqueles que sempre deixavam o seu
condutor no caminho, quando não era vítima com maiores consequências.
Quebrando ou não a suspensão, no
caso presente, porque restou provado o abalroamento do veículo por um ônibus da
Cometa, que lançou o carro em direção à pista contrária, o fato é que eu nunca
tive dúvida de não ter havido crime, razão pela qual julgo estar a sua perícia
absolutamente certa, da qual, tomando eu conhecimento agora, não poderia deixar
de concordar com a mesma e de cumprimentá-lo pela justeza de sua conclusão.
Petrópolis, 10 de janeiro de 2014
As. Luiz Leduc Júnior, OAB 8643-RJ