sábado, 25 de janeiro de 2014

Artigo dirigido ao perito criminal Sergio de Souza Leite sobre a morte de Juscelino ocorrida em 1976




 1º da série "Por dentro das notícias"

“Artigo sobre a morte de Juscelino, em 1976.doc”

Sr. Sergio de Souza Leite   (e-mail: pactualpcr@uol.com.br):

Li o artigo assinado por Chico Otavio, publicado na página 13 do dia 5 de janeiro do corrente ano, onde V.Sª. contesta a conclusão a que chegou a chamada Comissão Nacional da Verdade, da Câmara dos Vereadores de São Paulo, a respeito do acidente ocorrido na Via Dutra em agosto de  1976, no qual morreram Sua Exa., o ex -Presidente da República, Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira e o seu motorista, Geraldo Ribeiro.
Ocorrência que tem sido alvo de muitíssima controvérsia, embora as provas colhidas no seu magnífico trabalho de perícia tenham posto um ponto final na questão, trabalho exaustivo e de evidente conclusão, de que tudo não passou de um infeliz desastre, a nosso ver como centenas e centenas de outros havidos nessa via expressa, de alta velocidade.
Abordo este assunto, porque, durante muitos e muitos anos, pude observar que o chamado “opalinha”, cujo exemplar foi alvo desse acontecimento, a meu ver, pertencia a uma série de carros que constantemente eram alvos de problema na suspensão dianteira e era comum ver-se um opala quebrado na via pública, com a suspensão dianteira, ora da direita, ora da esquerda, solta, algumas vezes ocasionando grandes desastres, como um ocorrido com uma família amiga, nos idos de 1960, em que o veículo mergulhou nas águas do rio Guandu, na Via Dutra, fazendo desaparecer nas águas turbulentas um casal de nossas relações. Outro desastre com uma conhecida personalidade pública, ocorrido poucos anos depois, em que o opala, descendo a serra de Petrópolis, em direção ao Rio de Janeiro, derrapou e foi parar numa ribanceira, com a felicidade de menores consequências para o cidadão e o seu motorista.
Por uma série de motivos dessa natureza, quando houve o desastre com o Dr. Juscelino, embora eu não tenha acompanhado de perto o resultado da perícia levada a efeito por V.Sª, nunca tive dúvida de que se tratava de um simples e infeliz desastre, possivelmente agravado pelo problema que esse tipo de carro apresentava, da suspensão dianteira fraca. Só parei de ver esse tipo de desastre com a crescente introdução de novos veículos, substituindo aqueles que sempre deixavam o seu condutor no caminho, quando não era vítima com maiores consequências.
Quebrando ou não a suspensão, no caso presente, porque restou provado o abalroamento do veículo por um ônibus da Cometa, que lançou o carro em direção à pista contrária, o fato é que eu nunca tive dúvida de não ter havido crime, razão pela qual julgo estar a sua perícia absolutamente certa, da qual, tomando eu conhecimento agora, não poderia deixar de concordar com a mesma e de cumprimentá-lo pela justeza de sua conclusão.

Petrópolis, 10 de janeiro de 2014
As. Luiz Leduc Júnior,  OAB 8643-RJ