18º da série: “Por dentro da
criminalidade”. Série de autoria de Luiz
Leduc Júnior
Serial
killer Adimar Jesus da Silva
Veja,
nos artigos a seguir, que baixei da internet, como age a justiça tupiniquim: uma série de falhas e desencontros
de informações, calcadas em leis que mais favorecem os criminosos, numa
sequência de irresponsabilidades praticadas em todas as instâncias, resultando
na morte de uma série de pessoas inocentes, cujo resultado nem de leve toca a
sensibilidade das pessoas envolvidas nem dos nossos dirigentes, que elegemos
para nos proteger, mas que agem como a célebre figura dos três macaquinhos: o
primeiro não viu, o segundo não ouviu e o terceiro é mudo.
Eis a série dos absurdos no desenrolar
dessa história:
“CRIME EM LUZIÂNIA (GO) » Adimar de Jesus não passou por acompanhamento psicológico antes nem
depois de solto. Avaliações psicológicas do
assassino confesso dos garotos do município goiano foram pedidas enquanto ele
estava preso por pedofilia.
Luísa Medeiros
Adriana Bernardes
Publicação: 14/04/2010 08:22
Atualização: 14/04/2010 08:41
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Adimar Jesus, preso por abusar de menores, beneficiado com
progressão de pena e acusado de matar seis jovens: de quem é a
responsabilidade?
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Todas as tentativas do Ministério Público para reavaliar as
condições psicológicas de Adimar Jesus da Silva, que daria início a uma série
de crimes em Luziânia (GO) uma semana depois de ser solto, foram em vão. Sempre que
chamado para se posicionar sobre a progressão do regime da pena, o MP destacou
a necessidade de tratamento psicológico e psiquiátrico regular para o pedreiro
de 40 anos, que confessou o assassinato de seis garotos do município goiano. O
órgão nem sempre foi ouvido. No processo ao qual o Correio teve acesso, constam
pelo menos quatro pedidos de atendimento especializado ao preso, o que não
teria ocorrido, segundo o próprio MP.
Em novembro, o MP foi chamado a opinar sobre a concessão do benefício da prisão
domiciliar, mas alertou para a necessidade de repetir os exames a fim de
descartar os sinais de transtornos da sexualidade apontados no único laudo criminológico
de maio de 2008. Como antecipou o Correio Brasiliense com exclusividade, o exame
apontava sinais de sadismo — uma perversão sexual em que a busca de prazer se
efetua através do sofrimento do outro — e de transtorno psicopatológico. Isso não pesou na decisão do juiz Luís
Carlos de Miranda.
O magistrado destacou que o preso vinha cumprindo as medidas previstas na
progressão de pena sem cometer faltas. E argumentou que dois relatórios de maio
de 2009 não mencionavam os problemas detectados no exame anterior. Para a
promotora Maria José Miranda, que atua na Vara de Execuções Penais e Medidas
Alternativas (Vepema), a soltura de
Adimar Jesus da Silva foi uma sequência de falhas. A principal delas é da
legislação. “Se o ministro Gilmar Mendes
(Supremo Tribunal Federal) não tivesse votado pela inconstitucionalidade da Lei
de Crimes Hediondos, o Adimar estaria preso pelo menos até 2013. Agora é fácil
ele vir a público dizer que houve falha do MP e dos juízes na soltura do preso.
O Adimar foi solto porque cumpriu os requisitos que o próprio Gilmar Mendes
julgou suficientes”, desabafa.
As promotoras que deferiram a progressão para regime do suspeito de ter matado
os seis jovens de Luziânia negaram-se a dar entrevista. Em conversa com a
promotora Maria José Miranda, elas teriam dito que cederam aos pedidos para
liberação do preso porque poderiam ser consideradas autoridades coatoras. “Elas
argumentaram que ele cumprira os requisitos da lei: um sexto da pena e bom
comportamento. Além disso, estava em semiliberdade sem transgredir nenhuma
norma. Como cansaram de ter pedidos de laudos criminológicos indeferidos por
juízes — porque deixou de ser obrigatório — concordaram com a progressão sem o
exame final”, explicou Maria José.
Atos libidinosos
O primeiro a perceber os distúrbios de Adimar Jesus da Silva foi o juiz Gilmar
Tadeu Soriano, da Segunda Vara Criminal de Taguatinga. Na sentença que condenou
o pedreiro a 15 anos de reclusão em regime totalmente fechado, o magistrado
escreveu que o pedreiro “possui personalidade voltada para o cometimento de
crimes sexuais. Procura vítimas com tenra idade, induzindo-os à pratica de atos
libidinosos. Tudo indica que o condenado necessite de acompanhamento
psicológico”.
Somente um ano e sete meses depois, a Vara de Execuções Criminais enviou à
direção da Penitenciária do DF 2, na Papuda, onde Adimar Jesus da Silva cumpria
pena, o pedido para que fosse acompanhado por psicólogo. Na consulta com a
psicóloga em maio de 2009, Adimar respondeu que era a terceira vez que recebia
tal atendimento. O subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, Anderson
Espíndola, garantiu que, no tempo em que esteve preso, Adimar Jesus da Silva
recebeu tratamento psicológico solicitado. Ele concorda que a equipe é pequena:
são 18 psicólogos, sendo que metade só faz laudos criminológicos e a outra
atende os 8,5 mil presos na capital do país.
Em nota publicada no site do Tribunal de Justiça do DF e Territórios, a Vara de
Execuções Penais (VEP), em nome dos juízes responsáveis pelo caso do pedreiro,
explica que nos autos consta um laudo criminológico que “apenas indica sinais
de transtornos psicopatológicos”. Com base nesse documento, os juizes e o
Ministério Público teriam pedido o encaminhamento de Adimar para tratamento
psicológico. Os juízes argumentam que “em momento algum houve o diagnóstico de
doença mental” do maníaco. E que a decisão tomada pelos juízes é defendida no
texto como “um árduo trabalho” que se pauta pelo princípio constitucional da
legalidade e pelo bom senso em suas decisões.
Ainda na nota os juízes ressaltam que, em se tratando de indivíduo apontado
como psicopata, mesmo que se imagine um tratamento psicológico perfeito dentro
do estabelecimento prisional, nunca será possível afirmar que não haverá a
reincidência, por ser impossível prever o seu futuro e muito menos o que se
passa em sua mente.
Ponto assinado
» A promotora Maria José Miranda está espantada com a frieza do assassino. Diz
que, em 22 de fevereiro, um mês após o último dos garotos ter desaparecido, o
pedreiro apresentou-se à Justiça para assinar o livro de presença, prática
obrigatória entre condenados que cumprem pena em regime aberto. Circulou entre
juízes e promotores sem levantar qualquer suspeita.
Vítimas
Em menos de um mês, o pedreiro teria
matado os seis jovens. Diego Alves Lopes da Silva, 13 anos, foi o primeiro a
desaparecer, em 30 de dezembro passado. Paulo Victor Vieira de Azevedo Lima,
16, foi visto pela última vez em 4 de janeiro deste ano. George Rabelo dos
Santos, 17, sumiu em 10 de janeiro. Divino Luiz Lopes da Silva, 16, no dia 13
do mesmo mês. Os outros dois jovens, Flávio Augusto dos Santos, 14, e Márcio
Luiz de Sousa Lopes, 19, desapareceram em 18 e 22 de janeiro, respectivamente.
Da condenação à liberdade
2 de novembro de 2005
Adimar Jesus da Silva comete os primeiros crimes sexuais contra dois meninos —
um de 11 e outros de 13 anos —, em Águas Claras e no Núcleo Bandeirante. Atraiu
as vítimas com a promessa de dar dinheiro em troca de serviços de pedreiro.
Denunciado por um dos garotos, acabou preso.
10 de fevereiro de 2006
Na sentença, o juiz Gilmar Tadeu Soriano escreveu: “Possui personalidade
voltada para o cometimento de crimes sexuais. Procura vítimas com tenra idade,
induzindo-os à pratica de atos libidinosos.” O pedreiro foi condenado a 15 anos
de reclusão em regime integralmente fechado e mandado ao Núcleo Psicossocial
Forense do Tribunal de Justiça para avaliar a necessidade de ter acompanhamento
psicológico.
12 de setembro de 2007
O juiz da Vara de Execuções Criminais envia o Ofício nº 11.887 ao diretor da
Penitenciária do DF, em que pede que o sentenciado seja submetido a
acompanhamento psicológico.
6 de setembro de 2007
Os desembargadores José de Aquino Perpétuo, Nilsoni de Freitas Custódio e
Gislene Pinheiro de Oliveira, da 2ª Turma Criminal do TJDFT, acatam parte da
apelação da defesa de Adimar e a pena é reformada de 15 anos para 10 anos e 10
meses de reclusão.
9 de abril de 2008
O MP se manifesta favoravelmente à progressão ao regime semiaberto, com
autorização para trabalho externo. Mas, “diante
da gravidade do delito cometido pelo condenado e dos traços de sua
personalidade, o MP requer a realização de exame criminológico”. E cobra do
estabelecimento prisional informações sobre quais medidas foram adotadas após o
Ofício nº 11.887, que solicitava acompanhamento psicológico do preso.
28 de maio de 2008
Atendido o pedido do MP, Adimar é
submetido a avaliação criminológica por três profissionais. Os psicólogos
concluíram que “entre suas características de destaque, citamos conflitos sérios
que favorecem a prática de delitos sexuais. Há sinais inclusive de sadismo, uma
perversão sexual em que a busca de prazer se efetua através do sofrimento do
outro e de transtorno psicopatológico.” O grupo recomendou avaliação
psiquiátrica e tratamento psicológico semanal.
9 de março de 2009
Em duas folhas manuscritas, o juiz Renato Magalhães Marques determina que
Adimar seja imediatamente submetido ao programa de acompanhamento psicológico
com encontros no mínimo semanais.
Fixa ainda o prazo de 30 dias para envio do primeiro relatório.
18 de maio de 2009
O relatório da médica Ana Cláudia
Sampaio informa que Adimar foi avaliado por ela uma única vez e que demonstrava
não possuir doença mental nem necessitar de medicação controlada.
9 de novembro de 2009
A promotora de Justiça Cleonice Maria Resende Varalda pede nova avaliação
psiquiátrica do preso para verificar se persistem os transtornos de sexualidade
apontados no exame criminológico para, só depois disso, o MP se manifestar
sobre a progressão para o regime aberto.
18 de dezembro de 2009
O juiz Luis Carlos de Miranda concede a
Adimar a progressão para o regime aberto alegando que o réu cumpriu o tempo
necessário da pena para conquistar o benefício. Uma semana depois, ele começa a
matar.
Saiba mais...
Maníaco de Luziânia responde por tentativa de homicídio na Bahia
Publicação: 14/04/2010 18:49
Atualização: 14/04/2010 19:11
Serra Dourada (BA) - Assassino confesso de seis
adolescentes em Luziânia (GO), Adimar Jesus da Silva responde por tentativa de
homicídio na Bahia. Ele teve a prisão preventiva decretada por um juiz da
comarca de Serra Dourada, no oeste baiano, cidade natal do pedreiro.
Negão, apelido de Adimar, é acusado de ter atirado em Leitinho dos Santos
Oliveira. Rival da família do maníaco de Luziânia, a vítima ficou 32 dias
internado em hospitais baianos, mas sobreviveu.
Saiba mais...
Segundo um dos irmãos do acusado, Negão já morava em
Luziânia na época, mas estaria passando alguns dias em Serra Dourada. Adimar
teria voltado para o Entorno do DF, um dia após o crime. Nenhuma das
testemunhas ouvidas no inquérito indica certeza sobre a autoria do crime.
Passado confuso
Adimar teve uma única namorada ao longo dos 24 anos em que viveu na Bahia.
Casou-se com ela, uma jovem que, segundo familiares dele, sofria de problemas
mentais e, por isso, tomava medicamentos controlados. O casal teve dois filhos:
um garoto hoje com 14 anos e uma menina de 18.
O mais novo era bebê quando Adimar mudou-se para Luziânia, em Goiás, onde já
morava uma irmã. Na época, ele não vivia mais com a mãe dos dois filhos. Mandou-se da cidade porque a polícia o
procurava por ter atirado em Leitinho.
Em Luziânia, Negão
dava notícias de que trabalhava como pedreiro em vários lugares. Cinco anos
após a mudança, soube que a ex-mulher morrera. Os familiares dele dizem que ela
não resistiu aos distúrbios mentais. Acabou morrendo depois de ter sido
medicada em um hospital. O pedreiro teve um segundo relacionamento com uma
catadora de papel, no período em que trabalhava no Guará II. Fez nela um filho,
hoje com 10 anos. O garoto mora com a mãe, mas a família de Adimar não tem
notícias. Na Bahia, os dois primeiros filhos vivem atualmente com a avó
materna.
Prisão
Em 2005, a
prisão por abusar sexualmente de duas crianças surpreendeu parentes no oeste
baiano. “Ele me disse que um cara deu bebida pra ele, que se embebedou e não
viu nada que fez”, conta a mãe do acusado, Rosa Amélia de Jesus Silva, 69 anos.
Na cadeia, em 15 de setembro do ano passado, soube que o pai morrera, vítima de
um infarto.
Criado na fé católica, Negão foi apresentado à Igreja Universal do Reino de
Deus após sair da cadeia. Quem o incentivava a ir ao templo era a irmã com quem
ele voltou a morar, em
Luziânia. O esforço para que Adimar mudasse de vida depois de
cumprir pouco mais de quatro anos de pena não deu resultado e o pedreiro
protagonizou uma das maiores barbáries do município goiano.
Leia mais na edição impressa do Correio desta quinta-feira
Esta matéria tem: (9)
comentários
Autor: Wagner Cavalcante
a Psiquiatra e o Juiz que fizeram isso não vão ser responsabilizados não ?!
Creio que não, problema das famílias que perderam os meninos. JUDICIARIO do
Brasil é uma piada bem fraquinha da Praça é Nossa. Incopetentes!!!
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Autor: Chapolin Colorado
Ratificando, o crime ocoreu em junho de 2000 e nome do casal era Raquel Aguiar
e Giovanni de la Pena.
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Autor: Chapolin Colorado
O assassinato ocorreu em dezembro de 2004.Sob a alegação que o marginal estava
com AIDS,o TJDFT libertou o "coitadinho" que assassinou o casal
próximo ao Clube de Aeromodelismo.
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Autor: Chapolin Colorado
Não foi a primeira vez que o TJDFT libertou um marginal perigoso. Lembram do
casal, mortos dentro do carro no final da Asa Sul, cujo filhinho ficou no banco
traseiro e só não foi morto porque não foi visto? Palavras ditas pelo próprio
bandido! O crime ocorreu próximo ao Clube de Aeromodelismo.
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Autor: Ivan Martins Figueiredo
Pacientes c/ histórico de graves distúrbios mentais deveriam sujeitar-se a uma
junta de psiquiatras (e não a apenas um), devidamente responsabilizada pela
emissão de laudos, eventualmente, condescendentes. A sociedade precisa de
efetiva proteção. Onde estão os manicômios judiciários?
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Autor: Jose Carlos
Acredito que temos muito que comemorar, afinal, temos o auxilio ladrão. Se você
cometer um crime, sua família recebe mensalmente salários do INSS, mas se você
for vítima, paciência, enterre seu filho. Infelizmente, o Estado não defende
quem é vitima, somente os ladrões. Vamos cometer crimes.
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Autor: Jose Carlos
Eu acho que esses criminosos deviam receber também, um vale-crime. A cada pobre
que eles assassinam, um salário, pago pelo INSS.
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Autor: Paulo Cesar Oliveira do Amaral
Este maníaco matou 6 crianças. Merece prisão perpétua. E o Arruda e sua gangue
que desviaram dinheiro da educação, segurança e saúde, matando assim milhares
de pessoas e a esperança de uma vida melhor para outras milhares. O que
merecem?
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Autor: Neide Aguiar
Quem vai cobrar da Psiquiatra e do Juiz a besteira que fizeram colocando em
liberdade, com licença para matar, o psicopata Admar? Será que esses dois tem
filhos para poderem avaliar o estrago pela sua irresponsabilidade?
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A quem possa interessar:
Baixei da Internet os artigos acima e tomei a liberdade de
colocá-los no meu blog (
www.luizleducjr.blogspot.com),
com os meus comentários, pela riqueza de falhas ali descritas, para que
os leitores vejam como age a justiça tupiniquim.
Nota: No dia
seguinte ao da última prisão desse serial
killer, de nome Adimar Jesus da Silva, ele foi encontrado enforcado numa
sela individual na prisão de Goiânia, aonde fora recolhido.
Petrópolis, 14.08.2013
As. Luiz Leduc Jr.
site: luizleducjr.com.br